Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. O nome pomposo abriga o regime de governo de Monarquia Constitucional vigente desde o século V. Formado por Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte, é uma das nações mais ricas do Planeta. Possui agricultura altamente mecanizada, reservas de carvão, gás natural e petróleo. Sua moeda própria (libras esterlinas) domina a área de serviços com bancos e seguros para empresas.
Além do lado econômico, a Monarquia Inglesa é historicamente uma potência política. E a mais antiga instituição de governo no Reino Unido. Exemplo da força do regime demonstrada no rompimento com a própria igreja Católica no século XVI. O motivo foi a não permissão de divórcio ao rei Henrique VIII. Depois deste, acontece o reinado de Elizabeth I, conhecido como o período Elisabetano que configurou a Idade do Ouro da história inglesa: a fundação do Império Britânico e a crescente produção artística abrindo espaço para artistas como William Shakespeare.
Hoje, séculos depois dos governos de Henrique VIII e Elizabeth I, vemos o casamento de um príncipe acontecer com toda pompa, circunstância e excessiva cobertura midiática. O próprio regime monárquico se modificou: a noiva por ter vivido 5 anos com o príncipe não se submetará ao exame de castidade. Como William e Kate Middelton moraram juntos 5 anos na Universidade em que ambos estudavam, a rainha Elizabeth II alegou que esse exame é ultrapassado e livrou a noiva de maiores constrangimentos. Tudo para não macular a imagem desse momento histórico, que para o advogado Francisco Bilac, se configura como um espetáculo de culto à tradição:
O culto à Coroa é intrinsecamente um culto ao tradicional, ao que não se modifica, ao que seja perene, ao que seja intocável, ao que, menos hoje do que antes, seja de
inspiração divina. Daí a necessidade de se valorizar a perenidade das instituições e não ignorar totalmente o que seus antepassados lutaram tanto para conquistar.
O fato é que a Inglaterra é uma grande potência há séculos e essa ocasião merece repercussão em cenário internacional. Porém, tudo na dosagem exata. Aliás, a imprensa parece estar errando demasiadamente a mão quando se trata de dosagem das coberturas de grandes temas. Quando se trata de tsunami, são exagerados; massacre no Rio de Janeiro, taxativos; no casamento real, extremamente verborrágicos.
Se fosse a cobertura de grandes temas fosse a feitura de um bolo, diria que os ingredientes estão em excesso e a maneira de fazer está ultrapassada. Há tempos.
Texto: Marcos Corrêa
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